Um grupo de angolanos residentes no Canadá escreveu uma carta ao primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, a denunciar a violação dos Direitos Humanos por parte das autoridades angolanas, apelando para que intervenha na libertação dos activistas detidos.
O grupo ‘Compatriotas Livres’, que organizou um protesto pacífico e uma vigília no passado fim-de-semana junto ao Queens Park, o Parlamento Provincial, refere ainda, no documento pretender “chamar a atenção para o agravamento das violações dos Direitos Humanos” que ocorrem actualmente em Angola.
“As Nações Unidas pediram também ao Governo [Angolano] para libertar vários activistas que tinham sido mantidos ilegalmente na prisão desde Junho de 2015 [um dos quais, Luaty Beirão, esteve hospitalizado na sequência de uma greve de fome durante 36 dias] sem acusação ou o devido processo judicial”, frisa a nota.
O documento salienta que, de “modo semelhante”, a Amnistia Internacional trouxe rapidamente a questão da “violação dos Direitos Humanos” à atenção da comunidade internacional.
“Senhor Trudeau, como indivíduos podemos fazer pouco para ajudar os nossos irmãos, os nossos compatriotas que sofrem nas mãos de um regime opressivo e abusivo. A 30 de Outubro fizemos uma vigília pacífica, com velas, em frente à Assembleia Legislativa de Ontário, em Toronto. No próximo domingo apresentamo-nos pacificamente no mesmo local”, menciona a carta dirigida a Justin Trudeau, subscrita por Mariano Congo e Fátima Borges, os porta-vozes do grupo.
O grupo pretende que o chefe de Governo, Justin Trudeau, “interceda em prol daqueles de que neste momento sofrem perseguições” em Angola e “junte a sua voz” às Nações Unidas na exigência pelo fim das violações do Direitos Humanos”.
O grupo afirma-se sem cores políticas e garante que o único objectivo da campanha que está a fazer é o de enviar uma “clara mensagem ao Governo de Angola”, através do seu Presidente, José Eduardo dos Santos, de que “já chega” e de que “ninguém deve ficar em silêncio enquanto continuarem a deter e a torturar civis indefesos, numa clara violação dos Direitos Humanos”.